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тιago, 18 anos. Um rapaz como os outros que encontra demasiadas coisas por entre as coisas que devem ser notadas. E este é um espaço meu, entre todas as outras coisas.


 


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Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2011

#2011, os momentos.

 

 

Momentos. Qual é o ano que não é feito deles? Os momentos acontecem imensamente todos os dias, ocupando horas, minutos. Ocupam-nos o tempo. E os bons, esses ocupam-nos o tempo em menor escala parece-nos. Os maus, esses são as eternidades. As eternidades que duram em tempo sem fim. Mas até elas cabem num ano. Um ano tem tanta coisa. Tem as palavras. Hoje é tempo de momentos. Dos momentos que me marcaram em 2011.

Vou seguir a ordem cronológica. Janeiro. O ano começou da pior forma para mim. Aliás, desde que me lembro, foi o pior começo de ano. Depois da passagem do ano na casa dos meus avós, cheguei a casa e tive uma brutal discussão com os meus pais. Quando digo brutal, foi-o mesmo. Como em qualquer frequente discussão, agi de cabeça quente. Disse coisas que não queria, ouvi coisas que não queria. Como resultado, valeu-me passar a madrugada trancado na casa de banho a chorar. Chorei de arrependimento, mas também chorei pela minha existência. Lembro-me de ter olhado no espelho com desprezo e falar “És um monstro.”. Lembro-me porque talvez tenha sido o primeiro episódio que vinha a antever os meses que se seguiam. Digamos, para quem é supersticioso, que entrei com o pé esquerdo. O ano adivinhava-se mau. Miserável até.

Mas depois disto, já no final do mês, dia 23 recordo, estive com a Cátia. Naquela que considero ter sido a vez que mais gostei de o estar. Foi tão lindo. Eu estava completamente apaixonado por ela, nesse dia ainda mais. Eu e a minha timidez lutávamos contra as demonstrações de afecto pela parte dela. Não tinha vergonha, só mesmo timidez. Mas assim que a deixei em casa e vi que só dali a uma semana ou mais lhe faria de novo companhia, ela aproximou-se de mim ali mesmo na rua, agarrou-me com as duas mãos o rosto e puxou-me para si. E eu levemente pousei as minhas mãos perto da sua cintura. Eu não sei se beijos mais demorados possam ter alguma vez sido melhores do que aqueles quase três segundos. Lembro-me de assim que terminou, nos olharmos nos olhos e termos sorrido tanto. Os olhos não podem mentir, mas o sorriso, esse só mostrou bem mais o quanto foi feliz e verdadeiro aquele beijo. Um dos últimos.

Fevereiro. Fevereiro foi um mês de fim e início. Nem tudo eram rosas e eu insistia em tocar em espinhos. Comecei a achar que, com base em pensamentos que focavam quase unicamente o que fazia mal, que era um fardo. Não dei demasiada importância a isso, visto que nem me levava muito a sério. Foquei-me nela. Na rapariga que eu amava. Notei então que aquilo que eu lhe dava, nunca dava por inteiro. Que era um rapaz estúpido que pretendia ser amado sem bem amar. Eu não via mais felicidade a ser-lhe dada por mim. Ela animava-se com os seus, eu com os meus, á noite trocávamos mensagens ou fazíamos uma chamada que raramente não ultrapassava uma hora ou mesmo duas, e era isso. E depois quando estávamos juntos, ou eu a magoava sem o pretender, e este magoar não é o que para muitas raparigas consideram ser o do rapaz que é igual a todos os outros. Eu magoava-a porque era tímido e tudo mais. E por causa disso, via o seu olhar apagado. E eu sabia que as coisas não iam ser como nos filmes. E portanto, decidi por um ponto final àquilo que até ali os dois tentávamos manter. A minha esperança terminou. E para resumir, acabei com ela. Estávamos no dia 7. Sabia que a estava a magoar, que eu mesmo o estava a fazer a mim também. Mas pelo menos estava seguro da certeza que aquela seria a última vez que o faria. E mesmo que ela se sentisse magoada por um longo tempo depois, o tempo e ela mesma seriam capazes de concertar aquele buraco. Era o melhor para ela, e isso eu sabia. Não me arrependo.

Março, Abril, Maio. Três meses de desastre. O tempo parou. Para mim só. Perdi o gosto pela vida, as notas baixaram, o vento mudava de direcção e eu ia com ele, rastejava vago por onde quer que fosse. Caminhava pelo vazio sem que o vazio parecesse ter fim. O chão era o meu limite. O céu, um sonho ao qual já nem a pena valia olhar. E caminhava sobre esse chão sem que ninguém o sentisse. Á noite, voltava a casa, deitava-me no escuro, punha-me a ouvir músicas que me faziam sentir ainda pior, pois eram as únicas que me pareciam entender. Não tinha em conta que eram elas que me estavam a deixar cada vez mais por terra. Nem chorava, nem ria. Ao princípio ainda tentava fingir-me normal em frente aos outros, mas depois até nisso perdi a vontade. Um fantasma perdido. Passei grande parte do meu tempo a ver o filme Lua Nova, pois o que a Bella lá passava, era aquilo pelo qual eu estava passar. Eu deixei de haver. Não há uma memória consistente e boa desse tempo. Só da rapariga que me fez abrir os olhos no autocarro (mas isso quero deixar para mim por agora). E não me parecia importar comigo mesmo, nem com os outros. Era eu e, á frente, o mundo. E tudo para além de mim era o mundo. Eu olhava pela janela do meu quarto, via os pássaros e desejava-lhes uma vida longa. Fechava os olhos e via o mesmo. Mas negro. E pensava em morrer. Era nisso a única coisa em qual ainda tinha esperança. Mas não tinha coragem. Teria de ser outra coisa a salvar-me.

Junho. O mês da salvação. Vieram as férias e as coisas boas. Os amigos fizeram-se notar e puxaram-me do chão com a mão mais amiga que se pode segurar. Devo-lhes a eles grande parte do meu novo bem-estar. Se bem que eles só me forneceram as palavras-chave e eu daí reconstruí-me. Aos poucos, mas consegui.

Julho e Agosto. Os melhores meses do ano. Diverti-me imenso e criei o blog. Foi sem dúvida um virar de página mais definitivo e consistente. Os mergulhos, a praia, a companhia, foi tudo espectacular. E Tudo me fez tão bem.

Setembro. Conheci gente nova. Este mês trouxe-me de novo à cabeça a Cátia. Ela veio para a minha escola e o primeiro contacto foi algo que me abalou um bocado. E com certeza que a ela também, notou-se. Mas ela já namorava com outro e era passado. O 11º começava contra a minha total vontade e bastaram dois dias para me fartar das aulas.

Outubro, Novembro e Dezembro. Fiz anos, pus aparelho. Três meses muito chatos. É só escola, escola, escola e escola. E os bons momentos que houveram, foram relatados aqui, e portanto, não vou repeti-los. (Até porque este post está enorme.)

Para dar como terminado, já viram que 2011 foi um ano que teve um início menos bom, mas evoluiu bem. Melhor do que alguma vez eu poderia ter pensado.

 

 

p.s:Eu foquei mais o início do ano, porque nessa altura não tinha blog e não há muitos relatos disso. Também falei por alto em vez de focar certos momentos por vezes porque há coisas que prefiro guardar para mim.


left by тιago às 21:32
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De » Alexandra C. a 29 de Dezembro de 2011 às 00:38
Ahaha pois tenho --'
Enganei-me :o
Obrigada :D


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