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тιago, 18 anos. Um rapaz como os outros que encontra demasiadas coisas por entre as coisas que devem ser notadas. E este é um espaço meu, entre todas as outras coisas.


 


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Terça-feira, 20 de Novembro de 2012

Quando se mede infinito.

 

Ser-se infiltrado até às entranhas pela utopia de acreditar.

Ter fé em tudo, não ter fé e ter fé em nada.

Deixar-se ser consumido pela imaginação, um calor que nos aquece o coração e nos faz levitar: a tendência do ar quente é subir.

Somos ar, fazemos parte dele quando entrámos no êxtase da inexistência de impossibilidades.

Leves e sem peso.

Não somos corpo e alma: somos um ilimitado mundo paralelo.

Quando somos fé e toma conta de nós o coração, destronamos o cérebro e o seu governo racional e deixámo-nos levar.

Preenche-nos a emoção, toda ela.

Não sabemos de nada: o conhecimento não é um sentimento.

Por entre os dedos foge-nos a noção.

Borbulha-nos o sangue fervente na euforia que se vive no momento.

Fecham-se os olhos sem ser preciso: ficamos cegos de qualquer das formas.

Mas vemos.

Vemos tudo o que mais ninguém vê.

E tudo é tanta coisa.

Ouvimos tudo.

Escutam-se as cores e o escuro, ouvimos a luz.

Somos mais complexos que a complexidade.

Prova-se da música, bebe-se do silêncio.

Somos o próprio contrário de nós próprios e não sabemos de nada disso.

Medimos infinito ao invés de menos de três metros.

E ainda assentimos que somos pequenos e que cabemos no universo, sendo que ele, portanto, é bem maior do que nós.

O coração não mais fica no lado esquerdo do peito e vivemos nós dentro dele.

E dentro dele, onde ficamos nós, contemplamos na palma da nossa mão todo o universo.

E dentro da nossa mão fica a força capaz para agarrar um tornado e pegar, com um só dedo, o sol, morno.

A loucura é a normalidade e os nossos pés voam.

A morte é dada como viva e se nos tocarem a pele que seja com um piano, que é para isso que ele serve: para tocar.

A chuva não nos molha, molhámo-la nós.

As lágrimas são diamantes e não existem palavras para descrever nada: tudo se resumem a sinónimos e aos limites físicos do dicionário.

Falamos e gritamos com tudo o que podemos.

Críamos a nossa linguagem e ela será sempre utópica e não haverá gente para a perceber nem gente para a ensinar.

Por isso, a utopia nunca existe, é sempre aquilo que não existe.

O coração recupera da distopia e o cérebro volta com a razão para o sítio de sempre.

Então, somos só uma pessoa e resta-nos a desilusão, que se confunde como um sentimento para que faça sentido a utopia não fazer sentido.

Mesmo sendo tão óbvio que ela, na sua natureza, seja apenas e só fruto do cérebro que nos governa.


left by тιago às 20:33
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(32):
De Raquel a 6 de Dezembro de 2012 às 18:06
Sabes uma coisa? adoro o que escreves ! asério adoro como transmites no papel as tuas ideias e os teus pensamentos...sei lá adoro e sinto me bem a ler *-*


De დ R*M ಌ a 26 de Novembro de 2012 às 19:39
isso quer dizer que eu vou ganhar?
é bom que não :P
tenho de começar a pensar qual vai ser a consequencia...


De тιago a 26 de Novembro de 2012 às 21:36
ahahah, eu é que deveria começar a fazê-lo!


De დ R*M ಌ a 26 de Novembro de 2012 às 21:49
vai sonhando vai, quando souberes mandas mensagem a dizer "ganhaste" e eu claro começo logo a pensar na consequencia, ja fostes à vida!! :p

p..s da ultima vez que fiz uma aposta assim perdi mas tava na tua posiçao a pensar que ia tirar um oito e tirei o dobro, por isso já ganhei, yeah! xD

opah "tibe" aqui a pensar o: e ja falo contigo há mais de um ano, passou bue rapido, eu penso em cada coisa as vezes... é o que dá estudar Pessoa à noite :p


De тιago a 26 de Novembro de 2012 às 22:14
ahahahah, que assim seja! xD

mas isso só foi porque tu foste pessimista, porém, eu estou a ser realista ahah

é mesmo! O TEMPO VOA! mas estudar pessoa tarde dá contigo em louca xD há noite a poesia entranha-se melhor, digo eu, por isso vais ficar possuída pela mente pessoana kakaka


De Autumn a 26 de Novembro de 2012 às 18:10
não me sinto exactamente presa. o meu problema é mais que tenho grandes pedaços de mim aqui...
sinto-me encolher porque, bem, não sei. sinto. sinto-me como se fosse meia invisível aos olhos das pessoas estás a ver?


De Isabela a 26 de Novembro de 2012 às 16:13
Obrigada pelo elogio!!
Apesar de tudo, vou-me agarrar às pessoas que me fazem feliz e vou tentar sorrir. Um sorriso, mesmo que falso, dá uma maior sensação de leveza de espírito, o que pode conduzir a um sorriso verdadeiro, muito em breve.
Beijinhos.


De UmToqueDeSentimentos a 26 de Novembro de 2012 às 00:21
has de sentir!
:D
marisa


De Isabela a 25 de Novembro de 2012 às 21:47
Sim, este tempo chuvoso e frio também não me ajuda a andar mais alegre e risonha, confesso. Sinceramente, tenho andado a desligar-me da vida, porque não quero lidar com o sofrimento...não sei se isto me faz muito bem, mas também andar todos os dias a chorar e afins não me andava a fazer bem. Vamos a ver, um dia de cada vez. Beijinhos.


De Autumn a 24 de Novembro de 2012 às 19:34
eu começo a ter medo de postar coisas aqui. quero desaparecer do mundo. há uns tempos parecia que queria que todos me ouvissem, agora só quero encolher e fingir que não estou cá e que a autumn sioux nunca passou pelos blogs. o que me impede são pessoas de quem gosto, como tu.


De meninapequenina. a 24 de Novembro de 2012 às 19:04
Eu tinha um "défice" - como o meu pai lhe chamava - quanto à poesia.Sempre gostei de ler,mas poesia não era comigo.O 12º mudou muito a minha forma de ver a poesia,confesso que gostei de Cesário-mas só porque foi no início e foi como um empurrãozinho.(Talvez também porque eu tive Literatura Portuguesa e fiz uma análise diferente à poesia)
Sempre me identifiquei muito com o Pessoa,por acaso,aquele ar chanfrado adapta-se muito à minha forma de ser.


Concordo absolutamente contigo,existe um egoísmo tão grande neste mundo.E um individualismo terrível,mas tenho esperança nas pequenas coisas.Talvez seja já a cabeça de uma artista a falar,mas creio que isto ainda tem solução.

Sim,eu sei.Ultimamente é que dou por mim a pensar nisso.Mas passa-me,passa sempre.Tenho mais em que pensar além destes pequenos devaneios.
Além,de que nunca chegou a ser amor,por isso talvez não magoe tanto.

(Vejo-me tentada a pedir-te o nº porque gosto realmente de falar contigo,mas acho que será abuso.Por isso..)

Hasta


De meninapequenina. a 23 de Novembro de 2012 às 19:50
Tens razão tudo nos influencia,eu vi assim muito por alto um cheirinho a pessoa,talvez porque tenho uma grande paixão por ele.
Estava a ler este teu texto e de repente parei,parei e pensei na situação do país,parei e pensei na utopia que quando somos adolescentes desejamos.Depois pensei em tudo em que pensamos agora.E senti-me feliz por neste espaço tudo parecer tão utópico,apesar de tudo,e acima de tudo por neste espaço haverem pessoas que fazem arte - tu és uma delas - e por haverem pessoas que a valorizam.Tenho fé nesta juventude.
E sim os nossos favoritos são sinceros!


De Isabella a 23 de Novembro de 2012 às 18:56
É, mais uma vez acabas por ter toda a razão. Digamos que eu pelo contrario não sou de todo uma pessoa observadora, sou demasiado sonhadora, cabeça no ar...
E tenho de te agradecer, por todas as palavras, ajudam imenso...
Muito obrigada!


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