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тιago, 18 anos. Um rapaz como os outros que encontra demasiadas coisas por entre as coisas que devem ser notadas. E este é um espaço meu, entre todas as outras coisas.


 


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Domingo, 4 de Novembro de 2012

Placebo.

 

Será?

Pensei em até que ponto aquilo que dei como certo estaria errado. Não me surgiu a incerteza, não me parece ser algo relacionado à dúvida, somente me vi pensando em qualquer coisa que no passado talvez tenha classificado mal e tenha dado como ultrapassado quando nunca existira e fora apenas algo que eu designei, criando e alimentando uma existência. Indubitavelmente houve esse certo período da minha vida. Sei-o. Dei-o como acabado, como se eu preparasse um relatório em que descrevesse toda a monstruosidade que sentira e vivera em devaneios e surrealismos que trazia facilmente à realidade. Eu acho que as coisas mudaram, a minha maneira de ver as coisas mudou, o mundo ficou a ser uma coisa para além de mim, e eu, infelizmente, notei que é impossível ser-se para além do mundo. Mas no meio de tanta felicidade ocasional e de tristezas frequentes, vivendo entre picos, embora já mais ligeiros, é natural que não saiba. Eu não sei se a depressão acabou, como eu achava, ou se simplesmente dei-lhe esse nome sem antes reconhecer que aquilo que sou é depressivo e sem perceber que toda a minha vida estará condicionada por esse fator. Não sei. Isto não mostra que foi uma ilusão ou que eu estou incerto quanto a isso. Só que por alguma questão me conveio chamar assim àquele período e dá-lo como passado foi só uma conclusão advinda dos factos que tinha em mãos e sobretudo, fruto de comparações antes-agora, das quais a minha cabeça se encheu. Precisava que fosse convencionada uma realidade: a de que estou certo quanto ao que penso hoje ou a de que estou certo relativamente ao que achei. E eu não o posso fazer. Só noto que não sei. Eu não sei saber se alguma parte de mim não se viu administrada por um qualquer tipo de placebo e se eu agora me acredito continuamente curado de algo que talvez tenha sido somente criado por mim e nunca tenha mesmo existido. Eu não o sei saber. Eu não sei. Eu não sei mesmo.

Curioso, acho que nem sequer interessa. 


left by тιago às 01:01
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De meninapequenina. a 6 de Novembro de 2012 às 21:31
Referia-me à filosofia que depositas nos meus comentários,ou seja,nas lições de vida que empregas no que escreves.
E muito obrigada.
Sim,o "fazer amor" prende-se muito com uma realidade negra e perversa,mas não tem de ser assim.


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